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Ontem, foi meu último dia de aula, junto com a confraternização da minha sala. Para a maioria de nós, estamos juntos desde antes da quinta série. Eu, por exemplo, estou com eles desde a primeira. Ano após ano. Há pessoas, é claro, que me marcaram mais que outras. Que fizeram parte da minha vida de um jeito INCRÍVEL. Indescritível e extremamente especial. E eu gostaria muito de agradecer a elas.

O fim de um início é definido de um jeito muito simples. Acabou. Por certo espaço de tempo, muitos não se verão, falarão ou se quer lembrarão das coisas boas que aquela pessoa fazia para você no dia a dia. Não lembrarão do sorriso de todos-os-dentes, dos bons dias desejados, das ajudas, da simpaticidade. Não ligarão para isso. Eu acredito que também farei parte dessas pessoas. Há pessoas com quem a proximidade de todo dia não foi profunda ou se amargou com discussões idiotas. Mas há um fato que eu não posso mudar, que é universal. Eles me fizeram quem sou hoje. Não só eles, mas todas as pessoas que já passaram pela minha vida. A desconhecida guria da praia. A professora louca da alfa. A primeira paixão. O primeiro amor. O primeiro beijo, o primeiro namorado. Os amigos verdadeiros. Os nem tão verdadeiros assim. Os só conhecidos. Os amores. Os ódios. Todos.
Talvez, se eu não tivesse conhecido aquela menina banguela, de cabelo curto e de pele morena em uma viagem e descoberto que ela tinha o mesmo nome que o meu, eu não gostaria dele como gosto hoje. Talvez achasse ele muito incomum, curto e chato. Lisa. Puramente sem graça. E se não tivesse estado no apartamento pequeno, apertado e confraternizado com a mulher da porta do outro lado do corredor eu não tivesse gostado tanto de sorrir sem ter pra que, talvez não fosse simpática e na verdade, acabasse sendo alguma metida que se acha auto-suficiente e que não precisa distribuir sorrisos e nem gosta de recebê-los. Urgh. Ou se não tivesse amado perdidamente aquele garoto, o mais velho, que nem sabia que eu existia e que eu queria que continuasse assim, talvez eu me tornasse alguém que não acredita nesse sentimento tão bonito, que não se apaixona fácilmente e que não se apega. Pior ainda, talvez, se meu querido amor platônico acabasse descobrindo de sua existência em meu coração, acabasse por destruir minha ilusão e transformasse meu amor perfeito em um amor-não-coorespondido-e-desgostoso e assim eu me tornasse amarga. Triste. E desacreditasse no meu gostar sincero.
Chega é dificil pra mim imaginar. Eu, desacreditando no amor. No gostar, no querer. Meu deus, que mundo seria esse em que eu não teria chorado meus horrores porque meu coração batia tão forte no peito e ninguém lhe dava a atenção merecida? Que mundo maluco, sem noção e de sem-pé-nem-cabeça seria esse em que eu não amasse como eu amo, não sofresse com esses mesmo amores para poder aprender com eles, poder crescer com eles e entender que nada é realmente perfeito. Que, na verdade, o perfeito somos nós quem construímos, a cada dia, a cada momento compartilhado, a cada palavra dita com sinceridade. E que a amizade é a força mais incondicional e necessária. O pedaço que sempre falta. E que sempre completa.
O que seria de mim? Se não, não existir?

O que me faz e define são meus momentos, meus erros, minhas paixões mais sofridas, mais amadas e mais fortes, meus choros - aqueles mesmos, do chão do banheiro, de tarde da noite, de encharcar meu travesseiro ou de derramar rios na frente do pc, lendo e relendo uma única frase, uma única conversa - mais ardidos, as batidas mais aceleradas do meu coração, os sorrisos mais lindos, mais dedicados e até os mais difíceis. Os olhares mais sedutores, mais interessantes e mais atentos e felizes que eu possa ter dado. É tudo meu que foi de outros.
Eu própria, descubro agora que não me pertenço. Pertenço a mil pessoas. A todos que passaram pela minha vida e me conheçeram, ou apenas me viram. Todos os que gostaram de mim, que se apegaram, que me sorriram, que dividiram ou não momentos comigo. Eu pertenço a meus amigos, a minha família. Eu pertenço aos meus amores, eles e elas.
Eu sou lembranças, assim como eles, que durarão para sempre. Aqui, ó 


Postado por Lisa Benevides.

pS; Marina de Paula postando pra Lisa Benevides enquanto ela está fora.

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