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Sentado, ainda esperando as raízes do sol brotar inexplicavelmente sobre o meu trópico, penso por quais razões todas essas criações bandidas me fizeram. Não aguento mais esses gritos, esses alardes que se propagam ao som do toque; esses gritos que zombam dos mortais desconhecedores da loucura; desses mistérios que se escondem num bolso; desses mistérios que se escondem por trás de um belo semblante. Me disponho a deitar, e começo a colorir minhas intrigas; e começo a almejar um futuro; e começo a fazer parte desta novela; e começo a vê-la, intrépida e fogosa; e começo a negá-la… Nego! Nego porque você faz parte de minha cria, das minhas utopias, das minhas excitações… Começo a negá-la e me aproximo da convicção de que não tê-la, e não querer desejá-la, se confundem no maior acaso transversal da certeza. Começo a perceber que tê-la é transpor a atitude do irrealismo, é ser fugaz, é cadenciar quando estiver contigo, mas ser feroz enquanto você permanecer distante. É ser bicho. É ser. Não, não é ser bicho com nenhum vício ou apresentar-lhe rotina: é ser sagaz na escolha da presa. Lógico, não sou qualquer bicho. É, é verdade! É ser bicho para fazer tocaia e te pegar no primeiro descuido; ter a audácia de rasgá-la, sem sangrá-la: rasgar seu interior e plantar um ser de mim! Semear… Semear.

Não sei por quais razões insisto em ouví-la, não sei. Enquanto, inexplicavelmente, teus corpos transitam entre milhares e milhares de versos; cantarolando palavras de amor: musicais. Cantarolando, palavras de amor: termomentais.

Jorge Raimundo

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