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Olhando o céu vi uma estrela sozinha. Sozinha no meio do céu noturno, cheio de outras estrelas, arrumadas em suas constelações, formando desenhos, lembrando os deuses. Mas esta estava sozinha.

Não que estivesse isolada. Estava próxima das outras, acho que até fazia parte d’alguma constelação. Mas estava inegavelmente sozinha. Hora brilhava muito, hora brilhava muito pouco, hora piscava ligeira, hora parecia que se iria apagar. Nenhuma resposta. Ninguém lhe fazia coro, nem ao menos lhe contradizia. Como desejava ser contradita. Brilhasse mais ou menos em nada afetava as outras que lhe rodeavam, como se não existisse.

Insistiu, insistiu, pensei que chegaria então a mudar sua orbita, sair de seu lugar, só para chamar a atenção, até que desistiu. Começou a não responder ao que lhe rodeava. E tudo que estava ao seu redor nada lhe dizia. Tanto faz se outras brilham, deixam de brilhar ou se uma supernova está por acontecer. Resolveu ficar ali, no seu lugar, hora brilhando muito. hora brilhando muito pouco e assim por diante.

Percebi que todas elas são assim. Pouco lhes importa que as outras brilhem ou se apaguem. Cada uma ocupa-se apenas de si. Não se deixam tocar pelas outras. São sozinhas em sua agitada vida de muito brilhar, muito pouco brilhar, ligeiro piscar e se apagar. Constelações? São apenas coincidências. O conjunto é só ilusão. Estão anos luz de distância uma da outra.

É realmente a humanidade é um mistério

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