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Quanta coisa passou sem ser escrita. Alguém assume um compromisso e depois esquece e aquele mundo que começava desaparece. O grande risco dos pactos modernos é este: serem quebrados homeopaticamente. Vão sendo esquecidas as promessas, deixados de lado os compromissos e, de repente, ninguém lembra mais do pacto feito.

Os antigos nômades da mesopotâmia e do alto eixo fértil faziam da seguinte forma. As partes pactuantes imolavam (matavam) um animal, partiam-no ao meio e passavam entre as duas partes dele imprecando (rogando praga): acontece com aquele que descumprir este pacto o que vemos com este animal. E a coisa era levada a sério. Quebrar um pacto era causa para guerras entre famílias.
Fidelidade ao pacto feito era uma virtude ensinada no berço. Exortava-se a ser fiel a ponto de não ser necessário fazer promessas ou juras, a fidelidade à própria palavra bastava. E aí não se trata de fidelidade ao outro, é primeiramente fidelidade a si mesmo, à própria palavra, garantir a própria verdade, dar testemunho de si.
Infidelidade não passa de auto mutilação. A mentira, a desonestidade, a falsidade, só denigre a própria pessoa que não garante sua palavra. O infiel demonstra ao mundo o valor que faz de si mesmo. Pessoa em quem não se pode confiar.
Por fidelidade a minha palavra, apesar de tanto tempo de esquecimento, volto aqui. Sabe Deus quando voltarei novamente. Mas minhas longas ausências foram previstas no momento do pacto, de forma que não se configuram como rompimento. Importa que não se deixe de lado o que foi construído aqui.

Abraço a todos.

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